Sustentável e erudita
Sustentável e Erudita é uma tentativa de aproximação entre objetos sonoros e instrumentos feitos de materiais reutilizados aos instrumentos convencionais e à música erudita. As pesquisas sobre o tema na rede apresentam para já poucos resultados.
Vários compositores contemporâneos utilizaram nas suas obras objetos comuns como copos (Constança Capdeville), conjuntos de chocalhos (Christopher Bochmann) e instrumentos feitos de materiais reutilizados Jaime Reis (Projecto DME / Lisboa Incomum), entre outros.
A 3 Maio de 2024, no Auditório do Conservatório de Música de Viseu e no âmbito do Festival Internacional de Música da Primavera de Viseu, foi apresentada a peça “reencarnação” de Jaime Reis, que surgiu como “um projecto pedagógico e de criação comunitária, com a curadoria do compositor, orientado pelo Projecto DME / Lisboa Incomum.
“Inicialmente com a colaboração da Associação Passa Sabi, uma associação de moradores do bairro do Rego (onde se situa o Lisboa Incomum), foram criados instrumentos musicais realizados com materiais reutilizados – objet trouvé – e concretizados segundo princípios de criação de material sonoro de Pierre Schaeffer, relacionados com o seu conceito de “corpo sonoro”.
A construção foi realizada por membros da comunidade, nomeadamente crianças do bairro, sob a orientação de Bitocas Fernandes e resultando na criação colaborativa de objectos escultóricos passíveis de ser tocados como instrumentos musicais.
Membros do CRIA-ISCTE – Centro em Rede de Investigação em Antropologia e o INET-md – Instituto de Etnomusicologia (FCSH/UNL) acompanharam o processo e facultaram propostas de abordagens comparativas e complementares.
O resultado público da primeira fase resultou numa performance-instalação liderada por Filipe Sousa, Bitocas Fernandes, Mariana Vieira e Jaime Reis, num projecto elaborado através de trabalho colaborativo e participativo com artistas locais, estudantes e membros da comunidade em geral. A apresentação decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, no dia 11 de Fevereiro de 2024.
A reunião destes elementos, horas de improvisação e sessões de gravação realizadas com os referidos objectos escultóricos e outros construídos por Jaime Reis (em sessões assistidas por Beatriz Costa, Caio Rodrigues, Cristóvão Almeida, Mariana Vieira, Marta Domingues e Tiago Jónatas), foram reificadas em milhares de objectos sonoros que reencarnam os gestos, movimentos e estados de energia onde o idios comunal emerge.
Os aspectos formais evocam imagéticas como: corpúsculos sonoros; ressaltos / reflexões; tensões / deformações; grãos.
Fonte: FIMPV, 2024
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António José Ferreira
962 942 759
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