Ana Seara, créditos Márcia Sofia Lessa

Piano Azul

Piano Azul é um conceito Meloteca que aproxima música erudita, educação e ambiente. Num concerto para todas as idades, uma pianista toca peças de compositores contemporâneos naturais de vários concelhos. O piano é acompanhado por um percussionista em instrumentos feitos de materiais reutilizados que assumem a ousadia de estar em palco ao lado do grande piano.

À maneira de música programática, apresenta títulos e sonoridades que evocam paisagens, personagens, símbolos, mitos, lendas e histórias, podendo à música instrumental juntar-se o conto e a dança.

Programa 1

03 de setembro de 2025

A floresta

Compositor: Ana Seara

Ana Seara, créditos Márcia Sofia Lessa

Ana Seara, créditos Márcia Sofia Lessa

A floresta é vida e saúde. Abriga biodiversidade. Protege solo e água. Regula o clima. O verde combina com o azul do céu como se fosse uma tela. E numa sinfonia permanente ouvem-se andamentos contrastantes. A floresta é harmonia e horizonte.

O Atlântico

Compositor: Antero Ávila

Antero Ávila, compositor

Antero Ávila, compositor

Mar Oceano, caminho de caravelas, navegadores e piratas. Mar tenebroso e mundo de possibilidades. Atlântico, oceano de Atlas ou Atlante, titã condenado por Zeus a sustentar o céu para sempre. O Atlântico é mistério e dom a respeitar.

Sinos do convento

Compositor: João Carlos Camacho

João Carlos Camacho, compositor

João Carlos Camacho, compositor

Sino convoca. Sino evoca. Sino apazigua. Sino aproxima. Quando se nasce, toca. Quando se vive, toca. Quando se morre, toca.

O filósofo árabe

Compositor: João Silva

João Silva, compositor

João Silva, compositor

Importantes figuras da filosofia medieval, os filósofos árabes transmitiram tradições filosóficas gregas. Um dos mais proeminentes, Alfarabi, nome que deu origem a alfarrábio e alfarrabista, procurou conciliar Platão e Aristóteles, na Idade de Ouro Islâmica.

O peregrino

Compositor: Eduardo Patriarca

Eduardo Patriarca, compositor

Eduardo Patriarca, compositor

Peregrinus, vindo de terras distantes, ou apenas viajante que sai da área de conforto. O peregrino caminha, arrisca, contacta e descobre. Ser peregrino é usar os pés ao bater do coração.

São Francisco de Assis

Compositor: Isabel da Rocha

Isabel da Rocha, compositora

Isabel da Rocha, compositora

Num inverno rigoroso, São Francisco rezava numa capela de Assis, com Frei Silvestre. Ao ouvir um leve ruído na janela, Francisco pediu a Frei Silvestre que abrisse a porta para acolher quem estivesse. Ao abrir, Francisco viu no chão uma abelha que tinha morrido de frio e fome. Comovido, disse:

– Durante o verão elas trabalham, e as pessoas privam-nas do mel. Agora temos a obrigação de mantê-las vivas.

E foi pelas casas de Assis a pedir mel para alimentar as abelhas sobreviventes.

O Cântico das Criaturas

Compositor: Ângela Lopes

Ângela Lopes, compositora

Ângela Lopes, compositora

Meu irmão é o ar, meu irmão é o mar, minha irmã é a serra. Meu irmão é o cão. Meu irmão é o leão. Minha irmã é a terra.

A Irmã Água

Compositor: Francisco Ribeiro

Francisco Ribeiro, compositor

Francisco Ribeiro, compositor

Abundante nos oceanos, mares, lagos e rios, se eu trato a água por irmã, todo o ambiente melhora.

O pescador e o peixinho

Compositor: Miguel Tiago Moura

Miguel Tiago Moura, compositor

Miguel Tiago Moura, compositor

Pescando com a cana de pesca na margem do rio, um pescador apanhou um peixinho. Quando o agarrou para pô-lo no cesto, o peixe suplicou:

— Por favor, liberta-me!. Sou muito pequeno para me comeres. Se me devolveres ao rio, eu vou crescer e mais tarde poderás fazer uma refeição melhor.

Mas o pescador colocou-o no cesto dizendo:

— Eu seria tonto se te deixasse ir. Por pequeno que sejas, és melhor que nada.

Passados uns dias, o pescador pescou outro pequeno peixe, e procedeu do mesmo modo.

Os anos passaram, e todos os pescadores se queixavam que não havia peixe. O pescador pensou:

– E não é que aquele peixinho tem razão? Vou deixar os pequeninos crescerem.

Outros pescadores começaram a fazer o mesmo. No verão, recolhiam plástico que havia nas margens. E com o tempo, a pesca tornou-se sustentável.

Adaptação de fábula atribuída a Esopo por AJF

Migrações

Compositor: Vasco Pereira

Vasco Pereira

Vasco Pereira, compositor

Almada neolítica, fenícia, grega, romana, árabe, lugar de passagem, de migração. Migração interna ou externa. Voluntária ou forçada. À procura de emprego ou vida melhor. A fugir de guerras, desastres e perseguições. À procura do sonho. Migrar é partilhar cultura: muda quem parte e muda quem acolhe.

A ponte

Compositor: Marco Pereira

Marco Pereira, compositor

Marco Pereira, compositor

Liga lugares e pessoas; supera barreiras e obstáculos; aproxima aldeias e cidades. A ponte é um caminho de liberdade.

Músicos

Christina Margotto, pianista

Christina Margotto, pianista


Ana Madureira, piano, créditos Cristina Vieira 2025

Ana Madureira, piano, créditos Cristina Vieira 2025


João Pedro Lourenço, percussionista

João Pedro Lourenço, percussionista


Luís Silva, percussionista

Luís Silva, percussionista

Programa 2

A sereia da praia

Compositor: Antero Ávila (São Roque do Pico)

Antes do povoamento da ilha de Santa Maria, os lugares não tinham nome. Numa noite de lua cheia, um pescador viu a boiar sobre as águas, em direcção à praia, uma mulher de longos cabelos que ondulavam com a aragem. Nua da cintura para cima, o seu corpo era de uma beleza única.

O pescador, no areal, ficou deslumbrado. Espantado e curioso, aproximou-se e, quando já estava perto, percebeu que o pescoço da mulher se encontrava desfigurado pelo que pareciam guelras. Da cintura para baixo, ela apresentava a anatomia de um peixe.

– Uma sereia!, exclamou o homem.

Consciente das histórias que se contavam das sereias que encantavam os homens e que os levavam para nunca mais serem vistos, o pescador julgou ser obra do diabo e começou a esconjurar a aparição. Mal o fez, a mulher presa no corpo de sereia voltou a ser mulher, saindo das águas nua e pura, envolta em luar.

Foram felizes para sempre, e o rei chamaria Formosa àquela praia.

Deu-la-deu

Compositor: Eduardo Patriarca (Porto/Vila do Conde)

Durante as guerras entre D. Fernando, rei de Portugal, e D. Henrique de Castela, no séc. XIV, Castela pôs cerco à vila de Monção. O cerco demorava há demasiado tempo e dentro das muralhas o alimento já era escasso.

Deu-la-deu Martins mandou recolher a pouca farinha que restava e com ela fazer os últimos pães. Com os pães já cozidos, Deu-la-deu subiu à muralha com os pães na mão e atirou-os gritando:

– A vós que não podendo conquistar-nos pela força das armas, nos haveis querido render pela fome, nós, mais humanos e porque, graças a Deus, nos achamos bem providos, vendo que não estais fartos, vos enviamos esse socorro e vos daremos mais, se pedirdes!”.

Os castelhanos acreditaram que ainda havia muita resistência dentro das muralhas. Levantaram o cerco e partiram para as terras de Castela. Com audácia e coragem, Deu-la-Deu salvou a praça e ficou, para sempre, ligada à história de Monção.

A princesa moura

Compositor: Francisco Ribeiro (Gaia)

Ramiro viveu na primeira metade do século X. Casado com Aldora, apaixonou-se por uma princesa moura, irmã de Alboazer Alboçadam, rei mouro que possuía as terras que iam de Gaia até Santarém.

Apaixonado, Ramiro queria pedir a moura em casamento e decidiu estabelecer a paz com Alboazer, tendo sido recebido no seu palácio em Gaia. Para o efeito, queria anular o seu casamento com Aldora.

Alboazer, recusou a proposta! A princesa estava já prometida ao Rei de Marrocos. Ramiro, fingindo aceitar a recusa, planeou e concretizou o rapto da princesa.

Os dois reis entraram numa luta no Cais de Gaia, que foi favorável a Ramiro. Este levou a princesa moura para Leão e a batizou-a, dando-lhe o nome de Artiga.

Por vingança, Alboazer raptou Aldora, com todo o seu séquito, levando-a para o castelo de Gaia. Quando soube do rapto da esposa, Ramiro com o seu exército, zarpou para Gaia.

Chegado a Gaia, Ramiro disfarçou-se de pedinte e dirigiu-se a uma fonte onde encontrou uma das aias de Aldora. Pediu-lhe um água e colocou no recipiente metade de uma joia. Aldora reconheceu-a e mandou buscar Ramiro. Vingando-se da infidelidade, entregou-o a Alboazer.

Capturado, Ramiro pediu ao monarca árabe um último favor: tocar a sua corneta. Quando o fez, o seu exército, que estava nas redondezas, ouviu o sinal e conquistou a cidade. Ramiro viveu feliz com Artiga de quem teve vasta descendência.

A vara florida

Compositor: João Carlos Camacho (Seixal)

Vasco da Gama era um jovem estudioso. Gostava de Matemática, Astronomia e Navegação. Lia muito e tinha grandes projetos. E falava com os rapazes da sua idade em encontrar o caminho marítimo para a Índia. Por ocasião de um baile, um camponês foi ter com o Gama e perguntou-lhe:

“Então, menino Vasco, vai descobrir as Índias?…”

Vasco da Gama percebeu o tom irónico do homem. Irritado, pegou numa vara e exclamou:

“É tão certo eu descobrir a Índia como esta vara florir!”

A lenda diz que a aguilhada floriu. A história diz que Vasco da Gama chegou à Índia.

(Lenda da aguilhada florida, de Sines, adapt.)

O rouxinol do imperador

Compositor: Marco Pereira (Porto)

Há mais de mil anos, vivia num grande palácio o imperador da China. À volta, havia um jardim e uma floresta, de onde se via o mar. Entre as árvores cantava um rouxinol. Muitas pessoas iam de longe para ouvi-lo, e o seu canto a todos alegrava. Um dia, o imperador mandou buscá-lo e nomeou-o chefe dos músicos da corte. No império havia paz e harmonia.

Certo dia, o imperador do Japão ofereceu ao monarca chinês um rouxinol mecânico, em ouro e de pedras preciosas. As pessoas acharam-no fantástico e esqueceram o rouxinol verdadeiro e mais vulgar. Desprezado, o pássaro conseguiu fugir do palácio.

Na Primavera, as pessoas perceberam que o canto do rouxinol mecânico era monótono e não alegrava ninguém. O próprio imperador da China adoeceu.
Quando estava a morrer, ouviu o canto do rouxinol da floresta, que regressara para o salvar, apesar de ter sido injustiçado. O soberano recuperou a saúde e quis nomeá-lo Músico Chefe da Corte. O rouxinol recusou amavelmente: valia mais a floresta do que uma gaiola de ouro. Mas sempre que fosse necessário, poderia voltar ao palácio, com a sua paz e harmonia.

Hans Christian Andersen, adapt.

O galo de Barcelos

Compositor: Paulo Bastos (Vila Pouca de Aguiar/Braga)

Há mais de mil anos, uma família de peregrinos que passou no Minho hospedou-se numa estalagem. Como levavam um bom farnel, faziam pouca despesa na hospedaria. O dono, ganancioso, fez queixa na polícia dizendo que tinham roubado.

O chefe de família foi condenado. Em desespero, o homem foi ao farnel, tirou um frango assado e disse:

– É tão verdade eu estar inocente como este galo cantar!

E o galo cantou mesmo!

Ainda hoje em Barcelos se faz memória desse galo, pintado com cores alegres.

O soldado e o tambor

Compositor: Vasco Pereira (Lisboa/Campo Maior)

Era uma vez um soldado que regressou da guerra. Era pobre e só tinha um tambor para tocar. No caminho para casa, encontrou uma mendiga que lhe pediu esmola. O soldado remexeu os bolsos mas só encontrou uma moeda.

– Toma! Dou-ta de boa vontade porque deves precisar mais do que eu — disse o soldado.

– Em troca — afirmou a mendiga —encanto o teu tambor. Sempre que toques, todos bailarão à volta. Só deixarão de bailar quando parares de tocar.

O soldado ficou muito contente e seguiu caminho. De repente, apareceram três ladrões que lhe disseram:

– A bolsa ou a vida!

Os bandidos revistaram-no mas não encontraram dinheiro. Decidiram, então, levar-lhe o tambor. Mas o soldado pediu:
– Deixem-me tocar um pouco, antes de o levarem.

O soldado começou a tocar e os ladrões a bailar. Só parou quando os viu por terra. Continuou, então, o seu caminho em direção a casa.

Gianni Radari (adaptado)

O jovem pastor mentiroso

Compositor: João Silva (Gondomar)

Pedro era um jovem pastor que tomava conta das ovelhas e se entretinha a tocar flauta. Por vezes, aborrecia-se, porque passava muito tempo sozinho, sem ninguém com quem brincar ou falar.

Um dia resolveu fazer uma brincadeira. Pôs-se a gritar:

– Lobo, lobo, socorro. Está aqui um lobo!

Em baixo, na aldeia, todos ouviram os gritos e correram para ajudar. Quando chegaram, não havia lobo nenhum!

O jovem fartou-se de rir ao ver o ar dos aldeões vermelhos de tanto correrem. Eles ficaram zangados ao perceber que tinham sido enganados. Viraram costas e foram embora.

Dias mais tarde, o jovem pastor repetiu a brincadeira.

Desatou a gritar:

– Lobo, lobo, socorro! Está aqui um lobo!

Os aldeões correram para ajudar o jovem pastor. Mais uma vez, não havia lobo nenhum. Pedro riu-se e os aldeões, mais zangados, foram embora a barafustar.

Passados uns dias ouviu-se na aldeia:

– Lobo, lobo, socorro! Está aqui um lobo!

Os aldeões olharam uns para os outros e encolheram os ombros. Como não queriam ser enganados mais uma vez, ignoraram os gritos do Pedro.

Desta vez, era mesmo um lobo a atacar as ovelhas.

– Porque é que ninguém me ajudou? – perguntou mais tarde, na aldeia, o Pedro a chorar. Agora fiquei sem ovelhas…

Os aldeões explicaram que não tinham ajudado porque pensaram tratar-se de mais uma partida.

(Esopo, adapt.)

O flautista de Hamelin

Compositor: Miguel Tiago Moura (Lisboa)

Há muito tempo, havia na Alemanha uma cidade chamada Hamelin. Toda a gente era rica, até que apareceu uma vaga de ratos. A população reclamava com os governantes, que se mostravam impotentes para resolver o problema.

Um dia, chegou à cidade um flautista que dizia ser um “caçador de ratos”. Prometeram-lhe uma grande recompensa. O homem aceitou o acordo, pegou uma flauta e hipnotizou os ratos, que o seguiram e se afogaram no rio.

Tendo o flautista cumprido a sua parte do acordo, os chefes da cidade recusaram-se a pagar-lhe, afirmando que ele não tinha apresentado as cabeças.

O homem deixou a cidade mas voltou semanas depois e, enquanto os habitantes estavam na igreja, tocou novamente, atraindo as crianças. Enfeitiçadas, elas seguiram o flautista para a montanha, e foram trancadas numa caverna. Na cidade, só ficaram os adultos ricos e gananciosos.

Entretanto, uma criança que coxeava e não conseguiu acompanhar os outros, em direção à caverna, contou aos habitantes o que tinha acontecido.

Foram até à montanha. A porta de pedra que fechava a caverna era difícil de remover, mas a criança das muletas viu a flauta mágica e um músico da cidade que foi também à procura das crianças conseguiu descobrir a melodia mágica que fez voltar as crianças.

O governador da cidade deu uma grande festa. Todos comeram, beberam e dançaram ao som de músicas festivas. E lembrar-se-iam sempre que “o prometido é devido”.

Irmãos Grimm (adapt.)

A padeira de Aljubarrota

Compositor: Ana Seara (Coimbra)

Há quem diga que era natural de Faro. Segundo uns era feia, alta, corpulenta, forte e de olhos muito pequenos, donde lhe veio a alcunha de Pisqueira. Desde criança um génio irascível, temerário e desordeiro. Um autor escreveu que tinha 6 dedos em cada mão.

O seu pai era estalajadeiro e possuía uma casa de pasto em Faro, onde a moçoila trabalhava. O filho do alcaide de Faro procurou conquistá-la pela força; vendo-se ofendida e desrespeitada, atirou-lhe à cabeça uma bilha de barro, que o feriu. Brites de Almeida com medo de qualquer perseguição saiu de Faro e fugiu para Lisboa. Tendo-lhe morrido o pai, regressou à estalagem de que era a herdeira.

Por motivo de amor, lutou com um seu pretendente e como era forte e decidida, matou-o nessa briga. Para evitar a prisão fugiu, num barco, mas o vento levou-o para o mar largo onde ficou cativa dum mouro; já se encontravam na embarcação dois portugueses também prisioneiros. O muçulmano, dono do barco, levou-a ao mercado das mulheres em Argel, aí foi vendida a um mouro rico. Resistiu a muita violência, defendendo-se com coragem e sorte. Brites de Almeida conseguiu libertar-se com mais dois portugueses e disfarçada em traje mourisco, embarcou numa lancha, tendo chegado à Ericeira.

Receando que lhe pedissem contas da morte que tinha feito, vestiu-se de homem e começou a fazer serviço de almocreve. Neste seu novo trabalho envolveu-se em várias desordens e foi presa em Lisboa. Por se não ter provado o crime, foi posta em liberdade. Depois de tantas agitadas aventuras, esta heroína popular foi parar a Aljubarrota, onde se ajustou como criada duma padeira. Na batalha contra os castelhanos executou sete inimigos com a pá de fornear.

O reino

Compositor: Ângela Lopes (Ovar)

Era uma vez um rei que só ambicionava mandar. Mas foi-lhe retirado o trono por ele não saber governar. Ao caminhar junto ao rio, viu castores, e como eram eficazes a trabalhar. Era a oportunidade de outro reino conquistar.

– Grande ideia – pensou ele.

Ferramentas foi buscar. Entregou-lhes machados e serras e sentou-se a observar. Tantas árvores caíram para o seu palácio conseguirem levantar. Mas da sua torre via lá ao longe o azul do mar. Veio a chuva muito forte, e o vento não parava de soprar. Lá se foi o palacete e o rei ficou novamente sem lar, nem mandar.

Encontrou uma doninha e viu uma oportunidade a não desperdiçar. Como achava perceber de engenharia, muitos túneis mandou escavar. Tinha novamente um trono e um reino a aumentar. Era próximo de um grande lago… Quem podia calcular? A água arrasou os túneis, pôs o trono a boiar.

Novamente o rei ficou sem poder mandar. Mas todo o mal que tinha feito, como iria compensar?

(Baseado na Curta Metragem Le Royaume)

O Milagre das Rosas

Compositor: Isabel da Rocha

A Rainha Santa Isabel era conhecida pela sua imensa bondade e por ajudar os mais necessitados, usando muitas vezes o dinheiro do tesouro real. Isso despertou a inveja de um cortesão que, com ciúmes, foi queixar-se ao rei D. Dinis da generosidade excessiva da rainha.

Um dia, ao sair do paço para ir às obras do Mosteiro de Santa Clara, a rainha foi intercetada pelo marido, o rei D. Dinis. Ele, que já estava de sobreaviso, perguntou-lhe o que levava no regaço. Com a voz cheia de angústia, ela respondeu que levava rosas para os altares do convento. O rei, incrédulo e furioso, pois era janeiro, exigiu-lhe que lhe mostrasse as rosas, convencido de que a rainha levava dinheiro.

Quando D. Isabel abriu o regaço, a surpresa do rei e de toda a comitiva foi enorme: no lugar das moedas, havia um lindo ramo de rosas frescas e perfumadas. A bondade da rainha e o seu ato de fé tinham originado um milagre, o que a salvou da fúria do rei e a tornou uma figura ainda mais amada e respeitada.

A notícia espalhou-se rapidamente por Coimbra e por todo o reino, e a rainha foi aclamada como santa pelo povo.

TESTEMUNHOS

Grande projeto! Está incrível! Trabalho profundo e muita musicoterapia pelo meio. Muitos parabéns!!

Christina Margotto (pianista)

Um dos objetivos é a preparação dos 25 anos da Meloteca que ocorre em 2028.

Mais-valia para jovens, os concertos “Piano Azul”  são susceptíveis de inclusão em programas de educação ambiental “BandeiraAzul”. As peças musicais inéditas podem ser usadas em contexto escolar, com percussão variável, com a recitação da respetiva lenda ou estória.

O programa do concerto pode incluir improvisos solistas de percussão.

Opções de instrumentação e improvisação

  • Bateria de baldes e bidões em suportes
  • Recão
  • Soalheira
  • Chocalhos
  • Metais suspensos
  • Bastões grandes
  • Megamaraca
  • Passarinho
  • Cuco
  • Búzio
  • Corno
  • Pauzão de chuva
  • Sinos de vento
  • Litofone
  • Daiko
  • Darabuka
  • Jambé
  • Percussão corporal

Contacto

António José Ferreira
962 942 759